12 janeiro, 2022
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O Relatório Mundial 2022 da Human Rights Watch inclui avaliações das políticas climáticas de 23 países e alguns dos danos previsíveis que desastres relacionados ao clima estão causando às pessoas, especialmente aquelas em maior situação de vulnerabilidade. Esses países incluem os maiores emissores de gases do efeito estufa do mundo, como Brasil, Canadá, China, União Europeia, Indonésia, Irã, Japão, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.
A cúpula do clima de Glasgow (COP26) produziu um novo pacto global no qual governos se comprometem a tomar medidas cada vez mais ambiciosas para enfrentar a crise climática. Mas, embora aponte na direção certa, os compromissos estão bem aquém do que é necessário para limitar o aquecimento global a 1,5 grau e evitar os resultados mais catastróficos das mudanças climáticas.
Os países estão sabotando seus compromissos climáticos de várias maneiras, por exemplo ao deixar de fiscalizar o cumprimento de suas leis ambientais e de proteger os defensores ambientais, e ao oferecer financiamento e apoio às indústrias de combustíveis fósseis. Este apoio poderia ser melhor utilizado para promover fontes de energia renováveis ou para endereçar os danos climáticos.
Brazil
Como um dos dez maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, o Brasil contribui para o aumento dos custos que a crise climática tem representado aos direitos humanos em todo o mundo.
Em seu plano de ação climática de dezembro de 2020, o Brasil prometeu uma redução menor de suas emissões globais de gases de efeito estufa do que em seu plano original de 2016, um retrocesso que viola suas obrigações sob o Acordo de Paris.
O Climate Action Tracker, que fornece análises científicas independentes, classificou o plano como "altamente insuficiente" para cumprir a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Se os planos de todos os países forem tão aquém, o aquecimento poderia atingir mais de 4°C até o final do século.
Em novembro de 2021, a delegação brasileira na cúpula do clima global em Glasgow, a COP26, anunciou um novo plano que ainda não representa um aumento de ambição em relação ao seu plano inicial apresentado em 2016. A delegação também se comprometeu a acabar com o desmatamento ilegal até 2028, mas o governo federal ainda não tinha adotado um plano operativo para cumprir essa meta.
O aumento do desmatamento na Amazônia, permitido pelo governo Bolsonaro, aumentou as emissões gerais e pode fazer com que vastas porções da floresta tropical se transformem em savana seca nos próximos anos, liberando bilhões de toneladas de carbono armazenado.
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